Vereadores recebem prefeita e presidente do DAE para discutir a crise hídrica

- Assessoria de Imprensa

Autarquia municipal apresentou as ações para minimizar o desabastecimento de água no município

Na sexta-feira (19/11), o presidente da Câmara Municipal de Bauru, Markinho Souza (PSDB), e parlamentares receberam a prefeita Suéllen Rosim e o presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE) Bauru, Marcos Saraiva, no Plenário “Benedito Moreira Pinto”, para apresentação das ações que estão sendo realizadas para minimizar o problema da falta d’água na cidade, bem como as ações futuras.

Também participaram da reunião na Câmara Municipal de Bauru, o vice-presidente da Casa de Leis, Guilherme Berriel (MDB); o primeiro secretário da Mesa Diretora, Pastor Bira (Podemos); o segundo secretário da Mesa Diretora, Pastor Edson Miguel (Republicanos); e os vereadores Coronel Meira (PSL), Julio César (PP), Junior Lokadora (PP), Junior Lokadora (PSD), Marcelo Afonso (Patriota) e Eduardo Borgo (PSL).

Representando a Administração Direta e Indireta também estiveram presentes, o chefe de Gabinete da Prefeitura de Bauru, Rafael Lima Fernandes; o coordenador da Defesa Civil em Bauru, Marcelo Ryal, e os diretores do Departamento de Água e Esgoto (DAE) Bauru.

O presidente do DAE Bauru, Marcos Saraiva, apresentou as ações emergenciais para minimizar o desabastecimento de água nas regiões atendidas pelo Rio Batalha, que estão sendo afetadas com a crise hídrica no município.

Discussão

O primeiro a realizar perguntas para o presidente do DAE foi o vereador Coronel Meira (PSL), que procurou saber a razão pela qual a administração municipal não usa a água dos poços autorizados da cidade para suprir a falta d’água, bem como a quantidade de água que é retirada destes poços. Marcos Saraiva respondeu que o impedimento ao uso das águas dos poços é a presença de Nitrato na água retirada do subsolo da cidade, que em alta concentração pode ser prejudicial à saúde da população e, boa parte desses poços é de pequeno porte, ou seja, coletam entre 2 e 3 metros cúbicos de água e não chegam até o Aquífero Guarani.

Coronel Meira também questionou o presidente do DAE sobre o uso de caminhões-pipa para o abastecimento nas residências, em questões como a quantidade de veículos disponíveis e a forma como eles prestam os serviços. O vereador disse existir denúncias de que, às vezes, a entrega da água não é feita diretamente na caixa d’água das casas, dificultando o dia-a-dia dos moradores.

Sobre essa questão, Saraiva respondeu que o impedimento da entrega da água diretamente nas caixas existe quando o reservatório doméstico é localizado na laje das residências, por conta da Norma Regulamentadora (NR-4) do Ministério do Trabalho, que pede um tipo de treinamento específico para pessoas que trabalham em locais de altura. Quanto à quantidade de caminhões-pipa disponíveis para o uso na cidade, o presidente do DAE afirmou que 10 veículos estão trabalhando. Desses, 7 são da prefeitura e 3 são alugados. Saraiva também informou a média de tempo-resposta das solicitações de água do caminhão, que é de 2 horas.

Markinho Souza (PSDB) pontuou o que ele chama de um dos “erros” no tratamento da questão da falta d’água na cidade. O parlamentar observou que o assunto é levantado de forma mais incisiva apenas em momentos de emergência e, depois, quando não existe mais o período de seca, tanto os vereadores quanto os profissionais do DAE deixam a questão de lado por não ser mais uma prioridade. “Nós vamos sempre ficar correndo atrás de apagar incêndio”.

O presidente da Casa também falou sobre a problemática da entrega de água pelos caminhões-pipa nas residências, questão levantada pelo vereador Coronel Meira (PSL). Markinho relatou a situação dos moradores, de precisar correr atrás do caminhão para conseguir água, e sugeriu que os caminhões trabalhassem para abastecer os reservatórios, já que assim, a água chegaria para os munícipes de forma direta e adequada, diretamente nas caixas d’água.

O presidente do DAE, Marcos Saraiva, concordou com as colocações do vereador e agradeceu as sugestões, afirmando que elas estão sendo pensadas. “Estou pensando no DAE como se ele fosse meu, ou seja, como se eu fosse ficar o resto da vida [ali]. O que quer dizer isso? Quer dizer que eu penso pra hoje, pra amanhã, e faço projeto a longo prazo. Se amanhã eu não estiver mais lá, as pessoas terão projetos a seguir”.

O vereador Eduardo Borgo questionou Marcos Saraiva sobre a data de início dos trabalhos de desassoreamento da lagoa do Batalha e demais afluentes. Os representantes do DAE informaram que a primeira máquina necessária para o processo já está disponível para uso, e as demais serão solicitadas de acordo com a progressão do desassoreamento. Segundo o presidente do DAE, o processo estará finalizado até março de 2022.

O vereador Julio César (PP) também fez uso da palavra e pediu propostas e soluções mais diretas e concretas sobre o problema recorrente da falta d’água. “A gente vê aquele maquinário todo velho, aquele negócio que a gente sabe que não vai resolver. E o que o povo quer? É chegar em casa, abrir a torneira e ter água. Olha o tempo que a gente ‘tá’ aqui, conversando sobre esse assunto, mas e aí, a partir de amanhã, como vai estar a situação? No ano que vem, na próxima estiagem, como vai estar a situação? (...) O que a gente precisa de fato é um prazo”, afirmou o parlamentar.

Em resposta, Saraiva reiterou a gravidade e longevidade dos problemas, explicando a atuação do Departamento de Água e Esgoto (DAE) diante da situação. “O que o DAE propôs desde a ‘CEI do PDA’ é esse cronograma que está sendo cumprido na íntegra. Não tem nada nele que não está sendo cumprido dentro das datas ali estabelecidas”.

Por fim, respondendo as perguntas do vereador Guilherme Berriel (MDB), Saraiva pontuou que, a respeito das soluções efetivas para o problema de falta d’água na cidade, além de trabalhar a reservação, é preciso também aumentar a capacidade de abastecimento dos afluentes do rio Batalha, hoje assoreados. Atualmente, o Batalha tem capacidade de captação e reservação que abastece toda a cidade por dois dias, algo que ajuda em momentos de emergência, mas não evita a ocorrência de problemas futuros.