Tema duplo: audiência debate motivos para falhas nas bombas dos poços do DAE e políticas de arborização em Bauru

- Assessoria de Imprensa

Encontro de iniciativa do vereador Junior Rodrigues (PSD) reuniu representantes do Poder Público para trazer respostas e minimizar transtornos à população


Na tarde desta quarta-feira (23/04), a Câmara de Bauru realizou uma audiência pública para debater dois temas centrais: as recorrentes falhas dos poços operados pelo Departamento de Água e Esgoto (DAE), supostamente por problemas no fornecimento de energia, e planos e programas voltados à arborização do município.

O encontro foi presidido pelo vereador Junior Rodrigues (PSD), que teve a iniciativa do debate. Também estiveram presentes os vereadores Cabo Helinho (PL), Dário Dudário (PSD), Edson Miguel (Republicanos), Estela Almagro (PT), Junior Lokadora (Podemos), Marcelo Afonso (PSD), Márcio Teixeira (PL), Miltinho Sardin (PSD) e Sandro Bussola (MDB).

Por sua vez, foram convocados e compareceram o chefe de Gabinete da Prefeita, Leonardo Marcari, a secretária de Meio Ambiente (Semma), Cilene Chabuh Bordezan, o presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Bauru, Renato Purini, e o consultor de negócios da CPFL Paulista, Carlos Eduardo Camargo.

Ainda estiveram à disposição durante a tarde o diretor de Divisão de Produção e Reservação do DAE, o engenheiro civil Elton Rafael Alves de Oliveira, o responsável pelo Procon-Bauru, Hudson Antônio do Nascimento, e a representante da OAB-Bauru, Thais Viotto.

Problemas com paralisação e queima de bombas dos poços do DAE

A primeira parte da audiência girou em torno de entender os motivos e o que pode ser feito em relação às recorrentes falhas nas bombas dos poços do DAE. Para entender a dimensão do problema, o breve desligamento de uma bomba pode ocasionar uma demora de mais de 12 horas para que o abastecimento retorne à normalidade, gerando transtornos à população.

Nesse sentido, o vereador Junior Rodrigues iniciou lembrando que os vereadores estão na ponta e são cobrados pelos munícipes, por isso é importante ter explicações claras sobre os problemas que são vistos como frequentes. Complementando, ele citou diversas notas divulgadas na imprensa local pelo DAE, responsabilizando as falhas e desligamentos das bombas à CPFL, por problemas no fornecimento de energia, picos e oscilações. Um caso que gerou repercussão este ano, por exemplo, aconteceu no poço do Mary Dota, mas desde o ano passado isso vem ocorrendo neste e outros locais.

No entanto, o diretor de Divisão de Produção e Reservação do DAE, o engenheiro civil Elton Rafael Alves de Oliveira, relatou que a maioria dos casos não tem relação com a qualidade e o fornecimento de energia. Ele explicou que o procedimento padrão diante de falhas de equipamentos é enviar a peça ao fabricante, que emite um laudo indicando as possíveis causas do erro. Estes laudos, segundo ele, raramente indicam problemas com a energia.

Depois, o presidente do DAE, Renato Purini, confirmou a informação: “nem todos os problemas que temos com bombas são com a CPFL, diria que a minoria diz respeito a quedas ou oscilações de energia, há questões pontuais. Mas eventualmente acontece, sim, assim como acontece na casa de qualquer um aqui. Isso não está fora do normal”.

Ele também esclareceu o que baseia a divulgação das notas à imprensa: “o que diz para a gente se há oscilação é a telemetria. Isso que é visto quando as notas são divulgadas. Atualmente, está sendo feito um mapeamento das falhas para saber quais e quantos foram os problemas específicos com a CPFL, em alguns meses teremos o relatório mais detalhado do que foi oscilação e ‘pisca’ e o que foi problema do DAE. Mas o que temos feito é sempre estimular e manter o diálogo com a concessionária, que vem sempre nos atendendo”.

A posição do DAE causou surpresa nos vereadores presentes, em especial devido às contradições entre o que estava sendo divulgado na imprensa e o que foi relatado da questão de fato. A vereadora Estela Almagro, por exemplo, pediu mais cautela antes de soltar notas oficiais para dar explicação à comunidade. Já Junior Rodrigues, também demonstrando estranhamento, questionou se já houve a procura por algum ressarcimento quando existe a comprovação da ocorrência de oscilação de energia, no que o engenheiro Elton respondeu que desconhece procedimentos nesse sentido.

O consultor de negócios da CPFL Paulista, Carlos Eduardo Camargo, por sua vez, relatou que a companhia olha para o serviço de água e saúde de maneira específica, justamente para evitar problemas de abastecimento. Ele listou algumas ações que buscam mitigar contratempos, como contar com grupos de trabalho para emergências, trabalho em conjunto para identificar problemas e resolvê-los rapidamente, fornecimento de gerador para interrupções programadas, entre outras. Além disso, Carlos ressaltou que os investimentos na rede são contínuos e anunciou mais uma subestação de energia em Bauru.

Outros tópicos que entraram para discussão nesse momento da audiência foram a modernização do parque energético de Bauru, inclusive com energia fotovoltaica; o uso de geradores - que podem ser locados - nas unidades dos poços; a destinação do empréstimo de R$ 40 milhões do DAE, recentemente aprovado na Câmara; os principais motivos de reclamação dos consumidores no PROCON em relação ao DAE e à CPFL, etc.

Políticas e ações de arborização

Na sequência da audiência, entraram para debate as políticas de arborização no município. A preocupação demonstrada por Junior Rodrigues para pautar o tema tem a ver com as quedas de árvores que ocorrem durante tempestades, algo que deve ser mais frequente diante do cenário de mudanças climáticas.

Além disso, ele vê pouca evolução nos últimos quatro anos no Programa Arborização + Segura, parceria entre a CPFL e a Semma que visa plantar árvores adequadas ao contexto urbano, substituindo gradativamente espécies comprometidas. Segundo o vereador, 1.200 árvores com potencial de queda foram encaminhadas à Secretaria Municipal para avaliação, mas apenas 150 delas foram liberadas para se fazer a retirada.

“Precisamos entender qual é a dinâmica, se a CPFL tem esse alinhamento com a Semma. Bauru não evoluindo pode até perder o programa, pois a cidade demonstra não ter interesse”, alertou.

Diante disso, a Secretária do Meio Ambiente, Cilene Chabuh Bordezan, relatou o trabalho que está sendo feito com a CPFL desde que assumiu a pasta, há pouco menos de um mês. Ela afirmou que o programa de plantio com a concessionária de energia é uma prioridade: na última semana, por exemplo, teriam sido liberadas 429 árvores avaliadas como comprometidas para serem podadas e, em seguida, serem feitas as devidas compensações.

Ainda serão feitas vistorias, por meio de uma servidora bióloga, nas demais árvores da cidade, dando preferência às avenidas principais, seguidas das avenidas arteriais até a ação se expandir por toda a cidade. As praças também entraram para o radar e árvores condenadas devem ser suprimidas com urgência. De acordo com Cilene, a meta é ampliar o programa Arborização + Segura no curto prazo, durante a estação de estiagem, para já ter a situação resolvida quando a época de chuvas fortes começar.

A pasta trouxe ainda informações sobre o Plano Municipal de Arborização Urbana, que já foi licitado - pelo valor de R$ 417 mil - e tem a previsão de 12 meses para ser entregue a partir do início dos trabalhos. Ele contempla uma primeira etapa de diagnóstico e diversos outros apontamentos que ajudam o município a nortear sua política, por exemplo: quais os tipos de árvore existentes na cidade; se elas precisam ser substituídas e, se sim, como; qual o recurso que a administração irá precisar desprender se assumir tudo sozinha; qual a equipe necessária para realizar os devidos cuidados; etc.

Por sua vez, o consultor de negócios da CPFL Paulista, Carlos Eduardo Camargo, explicou brevemente o funcionamento do Programa Arborização + Segura. De acordo com ele, está a cargo da Prefeitura passar a autorização da supressão das árvores comprometidas à CPFL, que realiza a poda ou retirada. A concessionária também é responsável pelas limpezas da rede, como com as podas de livramento, conhecidas como "podas em V", que removem galhos próximos à rede elétrica. Já a compensação pela retirada da árvore é responsabilidade do Executivo e fica a seu critério escolher qual espécie e onde a nova árvore será plantada. A compensação funciona em um sistema de “3 para 1”: para cada árvore retirada, três são plantadas.