Aos parlamentares, diretoria do Branemark expõe incertezas e cobra posição da Prefeitura

- Repórter Fotográfico

21/11/2017 - Instituto é alvo de ação do Ministério Público, que pede a desocupação do terreno de imóvel público concedido em 2004

  Representantes do Instituto Branemark reuniram-se com os vereadores de Bauru nesta terça-feira (21/11). O vice-presidente, Maurício de Almeida Cardoso, e o ex-funcionário Hugo Nary Filho pontuaram que o órgão, especializado em implantes dentários e reconstituição de órgãos faciais, precisa saber qual a posição da Prefeitura acerca de sua permanência ou não na cidade.

  Ação judicial movida pelo Ministério Público pede que o Branemark desocupe o imóvel do município, na quadra 27 da avenida Nações Unidas, sobre o qual construiu sua sede.

  A Promotoria do Patrimônio Público entende que o instituto não cumpriu as exigências previstas no termo de concessão, datado de 2004, no que se refere ao número de pacientes atendidos gratuitamente, como contrapartida ao uso do terreno da Prefeitura.

  Aos parlamentares, Maurício de Almeida Cardoso alegou haver um erro de intepretação ao considerar a quantidade de pessoas assistidas e não de procedimentos realizados, já que o complexo tratamento oferecido pelo Branemark exige que os pacientes retornem muitas vezes ao instituto para atendimentos.

   Diante do imbróglio jurídico, o vice-presidente observou que a posição da administração é de extrema relevância, para que a direção da entidade, que não recebe verbas públicas, defina se dará ou não sequência a suas atividades em Bauru.

  Segundo Maurício, a Prefeitura sugeriu à Justiça e ao Ministério Público que o Branemark funcione em parte do prédio que construiu por mais um ano, mas os cursos de pós-graduação oferecidos pelo instituto – que representam 25% de suas receitas – duram três, o que torna a proposta inviável.

  O tema vem sendo acompanhado pela Câmara Municipal. Alguns vereadores participaram de reuniões na Promotoria antes da propositura da ação.

  Além disso, Markinho Souza (PP) e Chiara Ranieri (DEM) já defenderam, na Tribuna Legislativa, que o poder público busque formas de manter o Instituto Branemark em Bauru.

Impasse

  Horas após a primeira reunião, os parlamentares voltaram a tratar do assunto junto ao prefeito Clodoaldo Gazzetta, que esteve na Câmara nesta terça-feira.

  O chefe do Executivo afirmou que, durante todo o processo em torno do Branemark, a administração municipal demonstrou o interesse em mantê-lo na cidade, mas observou que há impasses de natureza jurídica, pois qualquer tipo de acordo depende da anuência da Justiça e do Ministério Público, que, por sua vez, aponta, por parte do instituto, a existência de passivo de mais de R$ 9 milhões.

  Uma nova audiência judicial sobre o caso está marcada para esta quarta-feira (22/11).

  A Câmara Municipal também deve chamar uma Audiência Pública para discutir o assunto.

 

VINICIUS LOUSADA

Assessoria de Imprensa