Na tarde da sexta-feira (27/06), o presidente da Câmara, Markinho Souza (MDB), recebeu em seu gabinete representantes de diversos segmentos artísticos bauruenses, que entregaram em mãos uma Carta de Repúdio ao Decreto nº 18.543/2025, que regulamenta o uso do Teatro Municipal “Celina Lourdes Alves Neves” e estipulou o valor de R$ 4.000 para locação do espaço, e à atual gestão da Secretaria Municipal de Cultura, sob o comando do secretário Paulo Eduardo Campos.
O documento critica que, após dois anos de interdição e a realização de uma reforma, o teatro reabriu com “uma política excludente e elitista, que inviabiliza sua função social e cultural”, o que se coloca como uma barreira para o trabalho dos artistas locais. Além disso, o grupo alega falta de diálogo da Secretaria da Cultura e lista uma série de reivindicações para a área.
As demandas vão desde “a revisão imediata da política de tarifas” a temas mais amplos, como a veiculação mais clara dos eventos agendados no Teatro, a participação efetiva da classe artística nas decisões sobre a programação do local, maior transparência nos editais e bancas de aprovação de projetos, um diálogo efetivo com o Conselho Municipal de Cultura, a retirada do bloqueio a artistas nas redes sociais da Secretaria de Cultura e a “responsabilização do sucateamento das políticas públicas voltadas à cultura ao atual secretário da pasta”.
A Carta de Repúdio foi uma iniciativa da Organização dos Artistas de Palco de Bauru e contou com a assinatura de diversos coletivos, grupos, escolas e companhias, entre eles: Arte em Cena Bauru, Studio 4 Escola de Dança, Sigma Escola de Dança, Lab ET - Laboratório de Experiências Teatrais, Curso Livre Mariana Camargo, Plié Escola de Dança, Núcleo Artístico Ferruada, Centro de Dança Giracorpo, Marisa Riso - projeto Ins Pira, Espaço Casa das Máscaras, Cia de Artes Fúlvia Goulart, Espaço Arte Dança e Produção de Eventos, Notre Vie Escola de Dança, Cia Pé no Chão, Ballet Art Scheila do Valle, SAC - Sociedade Amigos da Cultura Ana Paula Mereu, Espaço Jade Suhaila, Centro Cultural Tobias Terceiro, Vitor Leça - Cia Titius, Marlon Batista de Oliveira e Ednaldo Costa - Edd da Escaleta.
Câmara como intermediadora
Ao grupo presente em seu gabinete, o presidente Markinho Souza se colocou como uma pessoa que defende a cultura desde sempre e se disse triste pelo que está acontecendo. Já tendo abordado o tema em suas falas na tribuna no plenário anteriormente, vê que o problema na Secretaria de Cultura não é de hoje, por isso acredita ser importante o acolhimento das demandas da classe artística nesse momento crítico.
Ele chegou a comentar que a pasta irá passar por uma reformulação e parte de suas atuais responsabilidades, como a realização de eventos, irá para a Secretaria de Comunicação. Ao final do encontro, Markinho também intermediou o agendamento de uma reunião entre os representantes dos artistas locais e a prefeita Suéllen Rosim, marcada para a próxima semana.
“Vamos levar a situação até a prefeita, ela precisa saber o que está acontecendo. A gente parabeniza a reforma do teatro, isso é um ponto positivo dessa gestão. Mas não adianta ter um Teatro Municipal de primeiro mundo se não temos produtores locais trabalhando naquele espaço e, principalmente, levando sua arte para a população de Bauru. É um segmento que precisa ser olhado com carinho”, ressaltou.