Na tribuna: o que foi destaque na fala dos vereadores na sessão legislativa do dia 6 de outubro

- Assessoria de Imprensa

Confira o resumo dos discursos proferidos no Rol de Oradores desta semana


Na última segunda-feira (06/10), a Câmara Municipal de Bauru realizou a 36ª Sessão Ordinária de 2025. Durante o Rol de Oradores, 15 vereadores usaram a tribuna. Confira o que foi destaque nos discursos:

Estela Almagro (PT) criticou a postura da Mesa Diretora durante a Sessão Ordinária por ter posicionado uma câmera voltada ao público que acompanhava a plenária, atitude a qual classificou como uma “tentativa de calar a população com intimidação”. Em seguida, utilizou todo seu tempo de fala para criticar a postura e a ineficiência do Poder Executivo em relação à falta d'água: “Não são cem dias sem chuva, são cinco anos sem atitudes. Esse caos é patrocinado pela inércia e incompetência dessa gestão”, defendeu. Ela condenou a prefeita Suéllen Rosim por ter sido reeleita em meio a uma crise hídrica afirmando que tinha a solução para o problema. A vereadora ainda questionou o projeto de empréstimo de R$ 40 milhões ao DAE, que, segundo ela, nem sequer citava a perfuração de poços em sua proposta inicial, demonstrando a “falta de compromisso" da atual gestão. Ela finalizou cobrando ações efetivas para a população e pediu o apoio do Ministério Público na situação.

Cabo Helinho (PL) compartilhou suas reflexões sobre as dificuldades da população diante da crise hídrica. Após constatar que o bairro em que reside também passa por racionamento de água, o vereador explicou seu voto contrário à instituição de Comissão Processante contra a Prefeita Suéllen Rosim, protocolada pelo vereador Eduardo Borgo por suposta omissão no cumprimento do Plano Diretor de Águas. Ele frisou que respeita a opinião político-partidária do restante do Poder Legislativo, mas que não enxerga necessidade da ação no momento, tecendo diversas críticas aos vereadores que se utilizam de falsas narrativas para tumultuar o ambiente político. Depois, defendendo a legitimidade das manifestações em plenário, argumentou que, caso os munícipes estejam insatisfeitos com o atual Governo, devem dar uma resposta nas urnas nas próximas eleições. Cabo Helinho também tratou a respeito do Projeto de Lei (Processo n.º 304/2025), de sua autoria e diversos outros vereadores, que trata da regulamentação do funcionamento de adegas, disk-cerveja e estabelecimentos similares no município. O parlamentar falou que estes ambientes precisam ser fiscalizados em prol do bem-estar da comunidade, pensando inclusive no aumento de casos de intoxicação por metanol. Nesse sentido, também reconheceu o esforço do Procon-SP, da Polícia Civil, da Polícia Militar e das Secretarias Municipais de Saúde e Planejamento pela realização de uma força-tarefa para vistoriar pontos de venda de bebidas alcoólicas na cidade. Por fim, parabenizou os alunos do Senai pela conquista de medalhas no WorldSkills Brasil, etapa nacional da maior competição de educação profissional do mundo, e os alunos do Leão do Ringue pelo resultado positivo na Golden Gloves, torneio de boxe amador realizado em Maia, Portugal.

José Roberto Segalla (União Brasil) lamentou por, mais uma vez, ter que levantar o debate da crise hídrica - problema que se estende há anos, sem solução. De forma ácida, fez menção aos gastos com asfaltamento e recapes no período eleitoral de 2024, e afirmou que é possível viver sem asfalto, mas não sem água: "Havia a necessidade de fazer diferente". Segalla exibiu uma série de vídeos com pronunciamentos antigos para comprovar que ele não está se aproveitando do momento, e já realiza cobranças por mais investimentos para conter a falta d’água há anos. Ele ainda criticou a não utilização dos recursos do Fundo Municipal para a Recuperação dos Mananciais para resolver o problema, e questionou o fato de o DAE não ter um programa de colaboração com as empresas e entidades que têm poços artesianos e poderiam ajudar na distribuição de água. Por fim, o parlamentar ainda sugeriu a construção de caixas d’água subterrâneas no Aeroclube - o que, segundo ele, não atrapalharia o funcionamento do local - e ainda cutucou os vereadores da base governista, declarando que de nada adianta a discussão, já que na hora decisiva, todos votarão para defender os interesses do Executivo.

Julio Cesar (PP) tratou a respeito da área da Saúde, com destaque à emenda impositiva, no valor de R$ 1 milhão, direcionada pelo seu gabinete para a compra de equipamentos de raio-X na UPA Mary Dota. Também reforçou seu pedido, realizado junto à Secretaria de Saúde, para que as unidades médicas da cidade ofereçam uma farmácia no espaço interno, possibilitando que, logo após o atendimento, o paciente possa retirar os medicamentos requisitados de imediato, em ação semelhante à executada em cidades vizinhas, e adiantou que um modelo semelhante será testado na UPA Bela Vista. Na sequência, reconheceu o esforço da Prefeitura, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal e da Coordenadoria de Políticas Públicas para o Bem-Estar Animal, para melhorar a pasta, parabenizando a coordenadora Isadora Fraga pelo trabalho executado à frente do cargo, que visa investir na educação e na conscientização dos cidadãos em 2026. Nesse sentido, convocou abrigos, protetores, projetos e ONGs para atentar-se às mais de mil castrações que são oferecidas de maneira gratuita às entidades todo ano.

Eduardo Borgo (Novo) expressou tristeza pela ação do Poder Legislativo em não acatar o pedido de instauração de Comissão Processante (CP) contra a prefeita Suéllen Rosim, mas também felicidade pela participação massiva da população na Câmara. Ele afirmou que o povo veio para lutar, mesmo cansado e sofrendo com a falta d'água. Em seguida, Borgo comparou a não instauração da Comissão Processante contra a prefeita com a facilidade com que ele foi alvo de uma CP no passado. O vereador ainda criticou incisivamente o Poder Executivo por gastar muito com alternativas que visam conter a crise hídrica, mas são ineficazes, e encerrou lamentando a atitude do Presidente da Câmara, vereador Markinho Souza (MDB), por colocar uma câmera para, de acordo com Borgo, intimidar o povo que estava na Sessão para reclamar da falta d'água, enquanto, em outras ocasiões, não tomou a mesma atitude.

Mané Losila (MDB), primeiramente, celebrou o Dia de São Benedito, comemorado neste domingo, 5 de outubro, e também pediu auxílio do Poder Público na divulgação da Campanha “Outubro Rosa” e nas ações voltadas à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer de mama. Na sequência, comentou sobre a crise hídrica, lamentando que a cidade continue refém da dependência do Rio Batalha, especialmente na região oeste. Após explicar seu voto contrário à instauração de Comissão Processante contra a prefeita Suéllen Rosim, protocolada pelo vereador Eduardo Borgo, por suposta omissão no cumprimento do Plano Diretor de Águas, Losila reforçou o compromisso de seu gabinete, da Prefeitura e do Departamento de Água e Esgoto (DAE) em priorizar o abastecimento de água para todos os munícipes. Também argumentou que o dinamismo da natureza e das mudanças climáticas impede a manutenção do Plano Diretor de Águas por um período longo e destacou que seguirá cobrando o Poder Executivo no que diz respeito à entrega de novos poços, reservatórios, adutoras e interligações: “Nós vamos concluir nosso mandato deixando um legado”, salientou.

Marcelo Afonso (PSD) voltou a destacar o papel do Poder Legislativo e que executar o que é proposto cabe ao Poder Executivo. O tema central de seu discurso foi a urgente necessidade de criação de uma Brigada Municipal de Incêndio e Alagamento, algo que vem tratando desde 2021 e que já é lei no estado de São Paulo. O vereador exibiu um vídeo antigo, de 2024, no qual, ao lado de Sidney Rodrigues, ex-Secretário do Meio Ambiente, discutiu um plano para a brigada. O objetivo é criar uma estrutura com foco na prevenção e combate a incêndios e alagamentos, que concilie os esforços de diversas secretarias com a iniciativa privada. De acordo com o parlamentar, a estrutura necessária é de baixo custo, e a proposta de lei já está pronta. Ele anunciou que marcou uma reunião pública para daqui 30 dias com a finalidade de cobrar o Executivo pela aprovação do projeto.

Márcio Teixeira (PL), em alusão à possibilidade de instauração de Comissão Processante contra a Prefeita Suéllen Rosim, pedido protocolado pelo vereador Eduardo Borgo por suposta omissão no cumprimento do Plano Diretor de Águas, suplicou para que a população bauruense entenda o atual momento climático e deixe de ser enganada por motivos políticos e campanhas eleitorais antecipadas. Na visão do parlamentar, tal movimento apenas tem o intuito de antagonizar os agentes políticos e tumultuar o ambiente de debate com ódio e violência. Em seguida, Márcio Teixeira ressaltou que as cobranças voltadas ao DAE e à Prefeitura irão continuar e pediu proatividade e união entre o Poder Público e os munícipes, que vêm sofrendo com a escassez hídrica e a dependência do abastecimento de água do Rio Batalha: “Tem que interligar a cidade inteira. Nós temos que perfurar poços”, defendeu.

Markinho Souza (MDB) exibiu um vídeo que mostrava a forte estiagem no Cânion de Jatobá, em Mato Grosso, para contextualizar que a seca não é um problema isolado em Bauru. Ele criticou o Plano Diretor de Águas da cidade por não prever a construção de um grande reservatório de água acima da Lagoa de Captação do Rio Batalha, e questionou se o plano, que vai até 2034, é realmente adequado para Bauru. Logo depois, fazendo citação da campanha do “Outubro Rosa’’, que está ligada à conscientização contra o câncer de mama, comemorou e exibiu um vídeo sobre a cerimônia de doação de um terreno para a construção de um Centro de Diagnósticos da Fundação Amaral Carvalho. Ele ressaltou o protagonismo da Câmara Municipal e informou que destinou uma emenda de mais de R$ 500 mil para a realização do projeto. Por fim, Markinho Souza exibiu um vídeo de um exemplo de torre de câmera de segurança, desenvolvida com tecnologia de inteligência artificial. Ele defendeu que a cidade precisa de tecnologia e de parcerias no setor privado para auxiliar na segurança do município e sugeriu que, se cada um fizer a sua parte, o problema em Bauru melhorará.

Natalino da Pousada (PDT) convidou a população para a primeira edição do evento “Criança é Esperança”, agendado para o próximo sábado (11/10), das 9h às 13h, no bairro Pousada da Esperança. Voltado às crianças e adolescentes, o encontro é organizado pela Comunidade em Ação Betel e oferecerá diversas atrações musicais e brincadeiras aos jovens. Na sequência, o parlamentar parabenizou o Defensor Público do Estado de São Paulo, Florisvaldo Antonio Fiorentino Junior, que recebeu o Título de “Cidadão Bauruense” na última sexta-feira (03/10): “Vamos juntos procurar fazer o bem para a nossa população”, destacou. Por fim, detalhou os temas levantados na Audiência Pública, realizada na última terça-feira (30/09), para discutir o tema “Bauru contra as enchentes”. Após relembrar sobre a existência de mais de 40 pontos com alto risco de alagamento na cidade, defendeu uma atuação preventiva do Poder Público, antecipando o aumento da precipitação previsto para o verão.

Pastor Bira (Podemos) defendeu que seu mandato é baseado em propostas, discutidas de forma aguerrida e obstinada. Ele reafirmou que o papel do vereador é legislar, fiscalizar e propor, e que qualquer outra função é "mentirosa". Bira criticou o fato de as pessoas confundirem "pensamento divergente com subserviência cega", e relembrou que, na época das discussões do projeto de concessão da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Vargem Limpa, defendeu o término da obra. Ele também ressaltou que, no início do mandato, propôs o uso de R$ 40 milhões do Fundo de Tratamento de Esgoto para perfurar poços, mas foi ignorado. Por fim, Pastor Bira também criticou a responsabilização dos vereadores da oposição pela crise hídrica, e declarou: "Vereador não faz, vereador cobra, e é a isso que o meu mandato se propõe".

Sandro Bussola (MDB) esclareceu que entende o sofrimento da população com a escassez hídrica, mas alegou que o tema foi utilizado, erroneamente, para tentar culpabilizar a prefeita Suéllen Rosim por todos os erros cometidos ao longo desta e das últimas gestões. Ainda assim, o parlamentar alega que o Poder Legislativo foi capaz de frear esse movimento e dar andamento ao atual Governo: “Uma das Sessões Ordinárias mais importantes, mas a decisão final foi equilibrada. Não aceitamos palanque eleitoral antecipado”, opinou, em referência ao pedido rejeitado para instauração de Comissão Processante contra a prefeita Suéllen Rosim, protocolado pelo vereador Eduardo Borgo, por suposta omissão no cumprimento do Plano Diretor de Águas. Complementando sua visão, Bussola pediu transparência em torno do assunto e criticou o baixo investimento na questão hídrica em governos anteriores e em ex-gestões do DAE, visto que vereadores da época não propuseram ações semelhantes. Por fim, o parlamentar analisou os pontos da cidade que receberam mudanças estruturais nos últimos cinco anos, lamentou a falta de respeito de parte dos representantes do Poder Legislativo com a população e demonstrou apoio à Marcelo Afonso (PSD) como possível nome para assumir a presidência do DAE.

Andre Maldonado (PP) expressou solidariedade à população que está revoltada com a falta d'água. Ele classificou como "vergonhoso" o problema em uma cidade do porte de Bauru, que tem soluções e orçamento, mas criticou o ato de atribuir toda a responsabilidade à prefeita Suéllen Rosim e aos vereadores. Ele defendeu que a Câmara está com o povo, atendendo ao telefone e buscando recursos em Brasília. Maldonado criticou o Presidente do DAE, João Carlos Viegas de Souza, pelo desconhecimento a respeito de Bauru e pela falta de diálogo com os vereadores. Assim, defendeu que o DAE precisa ser presidido por alguém que conheça a cidade e os desafios locais. O vereador também se mostrou a favor da filmagem das sessões e da população presente, e rebateu as críticas do vereador Eduardo Borgo (Novo). Por fim, o parlamentar voltou a falar sobre a proposta de passe livre aos domingos para o transporte público. Ele informou que o estudo que solicitou à Prefeitura veio com resultado positivo, comprovando que há caixa disponível para a gratuidade, e lamentou que a proposta ainda não tenha sido executada.

Arnaldinho Ribeiro (Avante) criticou a forma como a oposição fomentou uma visão negativa atrelada à Prefeitura e às ações em torno da atual questão hídrica: “A cidade nunca passou por um momento tão difícil como esse”, disse. Buscando uma soma de esforços no setor público para amenizar a escassez de água e o racionamento hídrico, o parlamentar pediu um pacto entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário para que atuem em prol da população bauruense e da distribuição de água de maneira digna e respeitosa. Por fim, Arnaldinho Ribeiro apontou que o DAE possui cerca de R$ 45 milhões em caixa, por isso, suplicou pela tomada de medidas urgentes por parte da Prefeitura e da autarquia, com ênfase na perfuração de poços e abertura de interligações. Além disso, defendeu uma visão da empresa voltada para atender às necessidades coletivas dos munícipes, garantindo o bem-estar social e o acesso a direitos fundamentais: “O DAE não tem que dar lucro. O DAE tem que dar água”, destacou.

Junior Lokadora (Podemos) deu início à sua fala comentando sobre a campanha do Outubro Rosa, convidando a população a participar de um projeto na Unesp que oferece avaliação gratuita da saúde do coração para mulheres em tratamento de câncer de mama. Ele ressaltou a dificuldade que mulheres de 18 a 39 anos encontram para realizar mamografias no município e a demora de até dois anos para a realização do exame. Logo em seguida, o vereador também tratou sobre a falta d'água. Ele exibiu um vídeo para expor a situação crítica da lagoa de captação do Rio Batalha, e criticou a alegação de que a oposição é contra a perfuração de poços, afirmando que a culpa é do governo que não fez o desassoreamento da lagoa nem cumpriu as promessas realizadas durante campanhas eleitorais de resolver o problema. Ele também denunciou um caso em que um munícipe recebeu um galão de água, do poder público, com um inseto dentro.