Maternidade apresenta indicadores de mortalidade e município anuncia protocolo unificado

- Assessoria de Imprensa

22/05/2017 - Em entrevista à Rádio Câmara, o presidente da Famesp, Antonio Rugolo Júnior, anunciou que, a partir do segundo semestre, número de UTIs neonatais saltará de 10 para 17

Em reunião chamada pela Comissão de Saúde da Câmara Municipal, as direções da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp) e da Maternidade Santa Isabel apresentaram, na manhã desta segunda-feira (22/05), seus indicadores de mortalidades materna e fetal.

Participaram da reunião a presidente da comissão, Telma Gobbi (SD), além dos vereadores Yasmim Nascimento (PSC) e Luiz Carlos Bastazini (PV) – membros do grupo parlamentar -, Miltinho Sardin (PTB) e Sandro Bussola (PDT).

A assessora hospitalar da Famesp, Deborah Maciel Cavalcanti Rosa, destacou, por exemplo, que a taxa de óbitos fetais registrada ao longo de 2017 (0,28%) é inferior aos dos últimos três anos.

A profissional também afirmou que os três casos de mortes que foram noticiados pelos veículos de comunicação e repercutidos nas redes sociais estão sendo apurados pela Comissão de Ética da Maternidade Santa Isabel, que já descartou a existência de infrações médicas em um deles.

Deborah pontuou que o “medo coletivo” que vem sendo disseminado em função dos recentes óbitos está interferindo na rotina hospital e pressionando a equipe de trabalhadores.

“Não podemos desacreditar o trabalho da maternidade. Tem gente pedindo demissão. Peço o apoio para que as discussões ocorram a partir de dados e fatos”, disse a assessora hospitalar.

Diretor executivo da Maternidade e presidente da Famesp, órgão que gerencia a unidade, Antonio Rugolo Júnior também fez um desabafo, dizendo se sentir “decepcionado” com comentários a respeito dos atendimentos na Maternidade Santa Isabel.

Reconhecendo a falta de leitos de UTI neonatal, o gestor observou, em entrevista à Rádio Câmara, que, até o meio do ano, serão concluídas as obras de reforma do prédio. Com isso, o número desses leitos crescerá de 10 para 17.

Protocolo único

O secretário municipal de Saúde, José Eduardo Fogolin, também participou da reunião e destacou que, apesar da pactuação atribuir ao governo estadual a responsabilidade sobre os partos, a administração local trabalha para que haja um protocolo único de atendimento junto à Maternidade Santa Isabel.

“Vamos alinhas as orientações fornecidas às gestantes. Desde o tipo de parto, até eventuais complicações”, explica Fogolin.

Além disso, o secretário disse ainda que itensificará o diálogo entre as equipes das unidades básicas de saúde, onde são realizados os pré-natais, e as do hospital, onde ocorrem os partos.

Cremesp

Integrante do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Carlos Alberto Monte Gobbo fez outras colocações.

O médico falou sobre o aumento da demanda na Maternidade Santa Isabel, em função da redução dos partos de baixa complexidade realizados pelas Santas Casas da região.

Gobbo observou que não há questionamentos sobre a qualidade dos serviços prestados pelo hospital, mas pontuou a necessidade de que informações cheguem com mais facilidade e eficiência às gestantes, inclusive com o aumento da oferta de cursos, que já são ministrados, com 15 vagas por mês.

O conselheiro do Cremesp defendeu que as mulheres tenham o direito à escolha ao tipo de parto e informou que todas as sindicâncias instauradas para apurar quatro óbitos registrados na maternidade em 2015 foram arquivadas.

Na Câmara

A Câmara Municipal vem acompanhando os recentes casos de óbitos e outras denúncias de eventuais negligências no hospital. Na semana passada, a Comissão de Saúde ouviu familiares de pacientes.

Depois da reunião desta segunda-feira, a vereadora Telma Gobbi (SD), presidente do grupo parlamentar, classificou como importante a intenção de alinhamento de protocolo entre o município e a Famesp para que as gestantes sejam esclarecidas sobre os tipos de partos e outras informações importantes.

Em relação a eventuais responsabilizações sobre os óbitos, a parlamentar esclarece que os casos estão sendo apurados pelos foros adequados.

O Legislativo de Bauru, por meio dos vereadores Sandro Bussola (PDT) e Chiara Ranieri (DEM), também comunicou os fatos relacionados à Maternidade Santa Isabel à Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, já que gestão hospitalar é de competência estadual.

 

VINICIUS LOUSADA

Assessoria de Imprensa