Na tarde desta quinta-feira (27/03), o vereador Pastor Bira (Podemos) realizou a entrega da Moção de Aplauso nº 29/2025 no plenário “Benedito Moreira Pinto”. Ela homenageia o abrigo Bê Souza, na pessoa de Bernadete Cursino de Souza, pela dedicação à causa animal.
A propositura começou a tramitar na Casa de Leis no dia 6 deste mês e foi aprovada em plenário na sessão legislativa realizada no dia 10 de março.
A cerimônia foi presidida pelo vereador Miltinho Sardin (PSD) e contou com a presença de amigos e familiares da homenageada. Já a entrega da honraria coube ao Pastor Bira, que se declarou feliz por ver Bernadete reconhecida pela cidade, uma vez que todos os vereadores votaram favoravelmente à moção. “Todos reconhecem e entendem a importância do trabalho que você desenvolve”, disse.
O vereador ainda lembrou que seu gabinete tem a premissa de oferecer moções a iniciativas que possam inspirar outras pessoas. “São parceiros importantes da cidade e que merecem um reconhecimento”, reforçou, contando ainda que o abrigo Bê Souza foi o primeiro local de trabalho de protetores que foi conhecer, muito levado pela sua experiência na Comissão de Direito e Proteção dos Animais da Câmara, da qual participa pela primeira vez este ano.
Após a exibição de um vídeo que mostrou o abrigo Bê Souza, Bernadete também teve um momento de fala. Além de agradecer a todos os presentes e ao vereador Pastor Bira, ela contou brevemente como seu trabalho no resgate e cuidado de gatos é uma luta diária. Em seguida, amigos presentes também prestaram suas homenagens.
Sobre Bernardete e o abrigo Bê Souza
Carinhosamente conhecida como Bê Souza, a Senhora Bernadete Cursino de Souza se dedica ao abrigo Bê Souza e à proteção animal desde 2015. Sua jornada começou com o resgate de gatos abandonados nas ruas e que ela levava para casa.
Com o tempo, os gatos começaram a ocupar cada vez mais espaço - assim, Bê decidiu montar um espaço para abrigar todos esses felinos. Atualmente, estão abrigados 250 gatos e 19 cachorros, mas o foco de Bê é resgatar apenas gatos, já que, devido à falta de espaço, ela não tem como acolher mais cachorros.
O abrigo sobrevive de doações feitas por meio de sua página no Facebook "Bê Souza" e os gastos diários incluem cerca de 20 quilos de ração para gatos. Além das doações, Bê organiza rifas e bazares de roupas usadas para arrecadar fundos, pois os custos não se limitam à alimentação.
A maioria dos gatos resgatados chega em estado crítico: atropelados, machucados, com problemas de pele, fungos, muito magros e com doenças graves, como esporotricose e câncer. Tudo isso demanda gastos com medicamentos, veterinários, castração, cirurgias e também com o aluguel do abrigo, o que torna a manutenção do espaço um grande desafio.
Bê cuida de tudo sozinha, da limpeza do abrigo até a alimentação, sem contar o cuidado com os animais doentes. Como ela mesma diz: "Se não tiver paciência, amor e força de vontade, não é qualquer um que mantém um abrigo aberto". Ela precisa de ajuda, especialmente com a crescente demanda de resgates e os altos custos envolvidos no cuidado dos animais.
Uma das metas de Bê é formalizar o abrigo e registrá-lo como uma ONG, o que possibilitaria acesso a mais recursos. Ela também planeja criar uma enfermaria para separar os gatos doentes logo após o resgate e melhorar o controle de doenças como sarna, pulgas e fungos. No momento, as baias estão todas ocupadas e o espaço do abrigo é limitado, o que dificulta ainda mais o trabalho.
Bê tem buscado apoio de veterinários voluntários, mas os custos com internações e cirurgias são altos, e as doações que recebe não são suficientes para cobrir todas as despesas. Ela também precisa concluir a reforma do local, já que uma parte do quintal é de terra e dificulta a limpeza. Isso acaba gerando mais trabalho e aumento de pulgas, que afetam a saúde dos gatos.
Apesar das dificuldades, Bê segue trabalhando com amor e dedicação. Ela passa seus dias no abrigo, das 13h às 18h30, e ainda reserva tempo pela manhã para alimentar os filhotes de gato. Não tem finais de semana ou feriados, mas não reclama. Para ela, cuidar desses animais abandonados é mais do que um trabalho - é uma missão. "Sou uma enfermeira do amor, cuidando e zelando por esses animais que foram jogados na rua, sofrendo tanto, e que agora têm um lar seguro onde podem ficar", orgulha-se.