Na manhã desta terça-feira (21/10), a Comissão de Obras, Serviços Públicos, Habitação e Transportes da Câmara Municipal realizou uma Reunião Pública para apresentar o status atualizado da implantação do chamado Complexo de Poços “Val de Palmas”, que abrange quatro poços, adutoras e dois reservatórios para abastecimento da região oeste de Bauru, com água potável.
A iniciativa foi do presidente do colegiado, vereador Mané Losila (MDB), que também é composto pelos vereadores Dário Dudário (PSD) e Emerson Construtor (Podemos). Ainda estiveram presentes os parlamentares Cabo Helinho (PL), Edson Miguel (Republicanos), Junior Lokadora (Podemos), Marcelo Afonso (PSD), Márcio Teixeira (PL) e Natalino da Pousada (PDT).
Por sua vez, foram convidados e compareceram o presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Bauru, João Carlos Viegas; o chefe de Gabinete da prefeita, Leonardo Marcari; a secretária municipal de Infraestrutura, Pérola Mota Zanotto; a secretária municipal de Aprovação de Projetos, Rafaela Foganholi; o secretário municipal de Serviços Urbanos, Jorge Luís de Souza; a presidente da Emdurb, Gislaine Magrini; e o secretário municipal de Governo, Renato Purini.
Em sua fala inicial, o vereador Mané Losila lembrou que reduzir a dependência do abastecimento de água via Rio Batalha é uma luta de longa data e diminuí-la para cerca de 12% da população é uma meta pessoal deste seu mandato. Além disso, reforçou que o intuito da Reunião Pública era levar transparência dos fatos aos munícipes, obtendo informações concretas diretamente dos agentes públicos. Ele listou diversos pontos que precisavam ser esclarecidos, desde sobre a perfuração dos poços e a execução das obras até planos mais gerais de interligação de poços na cidade.
Os demais vereadores presentes completaram ressaltando que são cobrados pelos munícipes sobre o assunto e que buscar soluções para a questão da água em Bauru é algo urgente.
Explicações sobre o Complexo Val de Palmas
O secretário de Governo, Renato Purini, iniciou as explicações sobre o status da implantação do Complexo Val de Palmas. Ele explanou que a região foi indicada pela Agência de Águas do Estado de São Paulo (SP Águas) e sua distância se justifica uma vez que a área urbana já está “saturada” de poços: hoje, são 44 poços profundos no município. A ideia foi sendo amadurecida desde o ano passado e, no momento, os projetos de execução estão prontos para serem contratados, com orçamento já reservado.
“É prioridade zero do Governo realizar esse projeto. Temos muita confiança que ano que vem já esteja funcionando”, afirmou Renato Purini.
Enquanto o Poço 2 (P2) já está sendo perfurado por meio de uma contrapartida da Pacaembu Construtora, os Poços 3 e 4 (P3 e P4) serão de responsabilidade da Prefeitura. Os projetos estão na Secretaria de Infraestrutura na fase de orçamento, tanto dos poços quanto das adutoras e dos reservatórios. Já o Poço 1, juntamente com sua adutora, será feito com orçamento do DAE, que já lançou uma primeira licitação que acabou fracassada. “A burocracia é muito complicada, atrapalha muito”, lamentou Purini. O processo deve ser retomado.
O secretário de Governo ainda explicou que o projeto do Complexo de Poços “Val de Palmas” faz parte do Programa “Água para Todos”, lançado em conjunto pelo DAE e Prefeitura e que prevê o investimento de R$ 64,5 milhões em ações que garantam o abastecimento de água no município. No caso do complexo, a previsão é que a capacidade de produção seja de até 16 milhões de litros por dia (que podem atender aproximadamente 50 mil pessoas), somada ao potencial estratégico de reserva para períodos de estiagem. Ele será interligado ao sistema da cidade por meio de uma adutora principal.
Além disso, é prioridade da Administração Municipal o desassoreamento da lagoa do Rio Batalha. O presidente do DAE, João Carlos Viegas, complementou que também está no planejamento uma segunda barragem, mais extensa, que contribuiria de maneira secundária aos períodos de seca: “Será feita logo em seguida, posso garantir isso para vocês”, assegurou, afirmando com otimismo que acredita que tudo estará pronto em março do ano que vem.
Na sequência, vereadores tiraram dúvidas pontuais tanto sobre o “Val de Palmas” quanto outras ações voltadas a trazer soluções aos problemas de abastecimento de água no município, inclusive dando sugestões do que poderia ser feito nesse sentido.
Para encerrar o encontro, o presidente do Fórum Pró-Batalha, Gabriel Motta, fez uma apresentação sobre a Bacia do Rio Batalha, apontando problemas em sua gestão, que é feita pelo Governo do Estado de São Paulo. Com apenas 10% da Área de Proteção Ambiental (APA) localizada em Bauru, ele defendeu que é preciso cobrar uma política mais séria dos órgãos estaduais responsáveis pela área.