Chiara Ranieri critica plano de mudança de sede da Semma

- Assessoria de Imprensa

21/06/2018 - Secretaria pode deixar complexo da antiga ferrovia e se transferir para área do Horto, mas motivações são questionáveis

  A vereadora Chiara Ranieri (DEM) criticou, na última Sessão Legislativa, a possível saída da Semma - Secretaria Municipal do Meio Ambiente de sua atual sede, no complexo ferroviário que, hoje, é administrado pela Transfesa (Transportes e Serviços Ferroviários).

  A pasta está instalada na estrutura da antiga ferrovia desde 2012, quando a Transfesa cedeu, sem qualquer tipo de custo, o prédio administrativo e dois galpões para uso da administração.

   A única contrapartida era cuidar do patrimônio – uma exigência do Governo Federal, que fez a concessão do complexo para a empresa bauruense.

  A Transfesa faz sua parte: em visita ano local na última sexta-feira, Chiara viu os galpões utilizados pela empresa pintados e com os telhados reformados. Contudo, durante o período lá instalada, a secretaria não promoveu os reparos necessários.

  "Faz seis anos que a Semma está nesses prédios. Há quatro anos, uma forte chuva destruiu o telhado não só dos galpões sob a responsabilidade da Semma, mas de todos do complexo. E, há quatro anos, nenhuma manutenção", explicou.

  Isso motivou a intervenção do Procurador Regional da República, Pedro Barbosa. Foi decidido que a manutenção dos prédios e barracões deve ser de responsabilidade dos usuários – ou seja, da Semma – e, dessa forma, determinado que ou a Administração promove a manutenção necessária no telhado do barracão ou desocupa o espaço. O prazo para a decisão encerrou-se nesta segunda-feira (18).

Horto

  Alegando não ter dinheiro para o restauro, a alternativa apresentada pelo prefeito Clodoaldo Gazzeta é levar a Semma para a área do Horto Florestal, recentemente cedida pelo Governo do Estado de São Paulo. Também justifica que, no local, a pasta ficaria próxima à Cetesb e à Polícia Ambiental, criando um polo ambiental.

  Contudo, no Horto, também há a necessidade de investimento para reformas. "É um prédio novo, com salas grandes, banheiro, cozinha, mas que está interditado – nem as reuniões do Condema podem ser feitas lá. Para a Semma se mudar até o local, é preciso realizar uma reforma na estrutura do prédio", explicou Chiara. "Como a Semma vai se mudar para um prédio interditado?", questionou

  Outro dado levantado pela vereadora refere-se aos funcionários. Hoje, são nove funcionários e um estagiário com vencimentos pagos pelo Estado. Contudo, um se aposenta em agosto e, no prazo de cinco anos, mais sete se aposentam.

  "A questão é a transição: depois que eles se aposentarem, é provável que Semma ou mesmo a Sear [Secretaria de Administrações Regionais] tenham que assumir a manutenção do espaço", alertou.

  A vereadora também levantou a questão da segurança. Hoje, deixar o Horto aberto, nos moldes do Parque Ibirapuera, na Capital, não é possível por falta de segurança.

  "Caso o prefeito queira transformar o Horto no Ibirapuera de Bauru, é necessário a instalação de câmeras com sistema de monitoramento e, pelo menos, de cinco a seis seguranças", informou.

Prédios alugados

  Para Chiara, o argumento da falta de dinheiro não faz sentido. Primeiro, porque, tanto no complexo ferroviário quanto no Horto, é necessário investir em reformas.

  "Fomos buscar a informação de quanto custa a reforma do telhado – aproximadamente R$ 150 mil. Vale ressaltar que a Secretaria de Saúde está em prédio alugado que custa mais de R$ 21 mil mensais; a Secretaria de Educação está em um prédio que custa R$ 25 mil mensais; a Secretaria de Economia e Finanças está num prédio que custa R$ 19,5 mil mensais. Eu questiono: não seria mais adequado usar esse dinheiro para fazer a reforma aos poucos?", apontou.

  A vereadora também destacou que a maioria dos funcionários da Semma não quer deixar a atual sede da pasta.

 

THIAGO ROQUE

Assessoria – Vereadora Chiara Ranieri