Chamado a participar pela segunda vez da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura irregularidades na gestão da Cohab, o ex-prefeito e deputado federal Rodrigo Agostinho respondeu, na manhã desta quinta-feira (09/07), a novos questionamentos dos vereadores que integram o colegiado.
Essa foi a última oitiva dos trabalhos de apuração, que, na próxima semana, se concentrarão na elaboração do Relatório Final em reuniões internas agendadas para a terça (14/07) e a quinta-feira (16/07) da próxima semana.
Os apontamentos da conclusão da CEI devem ser protocolados até a sexta (17/07), para que sejam lidos e votados pelo Plenário da Câmara Municipal de Bauru na Sessão Legislativa Ordinária do dia 20 de julho.
A comissão é presidida pelo vereador Natalino da Silva (PV) e tem Edvaldo Minhano (Cidadania) como relator. Também são membros Sandro Bussola (PSD), Luiz Carlos Barbosa (Republicanos) e Ricardo Cabelo (Republicanos).
O presidente da Casa, José Roberto Segalla, também acompanhou a reunião de hoje.
Ex-prefeito
Nesta quinta-feira, Rodrigo Agostinho foi questionado sobre a manutenção do ex-presidente da Cohab Gasparini Junior no cargo quando assumiu o comando da Prefeitura, em 2009, e, ao longo de sua gestão, mesmo após seguidas reprovações das contas da companhia pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP).
O ex-prefeito alegou que as reprovações eram motivadas por questões que independiam do comando do órgão: o fato de o mesmo não mais cumprir com seu propósito original - de promover habitação de interesse social - e pelo crescimento da dívida da Cohab.
Relator da CEI, Edvaldo Minhano observou, entretanto, que, nos relatórios do TCE, já havia apontamentos sobre a falta de repasses ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Ao Portal Legislativo, o parlamentar disse ainda que, após a oitiva, confirmou a existência de resoluções que permitiam a negociação dos débitos da companhia junto ao FGTS e ao Seguro Habitacional - que, inclusive, motivaram a aprovação de Leis Municipais autorizando o parcelamento da conta durante a gestão Rodrigo Agostinho.
Sobre a escolha inicial de Gasparini, que já comandava a Cohab no governo Tuga Angerani, prefeito que o antecedeu, o agora deputado federal garantiu não ter sofrido pressões, mas reconheceu que Júnior gozava de prestígio político.
Agostinho afirmou que, para além disso, o ex-presidente gerenciava a companhia de forma técnica, cobrando efetivamente mutuários e até retomando imóveis, diferentemente de práticas de natureza política que, inclusive, agravaram o endividamento do órgão.
Aos parlamentares, o ex-prefeito reafirmou que nunca soube das irregularidades aparentemente cometidas por Gasparini Junior, tornadas públicas após a deflagração, pelo Ministério Público, da Operação "João de Barro", em dezembro do ano passado.
Sobre a atuação dos conselheiros da Cohab, Rodrigo Agostinho disse que nunca soube sequer quem eras as pessoas que ocupavam esses postos para que não houvesse qualquer tipo de interferência política.
O ex-prefeito afirmou também que reduziu o número de cargos comissionados na companhia e acredita que, apesar dos esforços, não será possível liquidar efetivamente a Cohab em curto espaço de tempo.