Filha única do casal de enfermeiros do Hospital da Cruz Vermelha, Ruth era peralta, mas ela trocou as brincadeiras de rua pelos passos do balé clássico, inicialmente com a professora Luba Sornorokowa.
Teve um encontro inusitado com seu esposo João Nharn: uma reunião política no centro de São Paulo, curiosa quis saber o que se passava por lá. Foi quando João fechou a janela da sala, quase prendendo a cabeça da jovem bailarina e o pequeno incidente gerou amor à primeira vista.
João prontificou-se para acompanhá-la até sua casa e não se afastaram mais e do casamento tiveram quatro filhos: Pedro, Sérgio. Dóris e Renata.
Em 1969, seu João recebeu o convite para instalar o laboratório de patologias clínicas do antigo Hospital de Base de Bauru e com a mudança Ruth passou a dar aulas, no Bauru Atlético Clube e no Colégio São José, até que em 1972 foi convidada a assumir as aulas do Bauru Tênis Clube.
Viagens regionais, nacionais e internacionais com prêmios diversos rechearam sua carreira, que nunca deixou de agradecer a cada final de espetáculo com uma frase que reflete a sua filosofia de vida: "Agradeço a Deus pelo maior espetáculo que é a vida."
Uma das lembranças mais fortes de seus ex-alunos é o olhar para o belo, olhar esse em que a dança, pintura, a música e até mesmo a natureza são as formas mais puras de expressão.
Por isso, até hoje, ela gosta de sentar-se na varanda e admirar o pôr do sol e a chegada das estrelas, pois já são 90 anos de uma vida dedicada à arte. Em depoimento à TV Câmara Ruth Nham disse: “Dancem, porque a dança faz bem para a alma e a gente tem que viver a vida”.
Nivaldo José – Assessoria de Imprensa